Aniversário de Taguatinga

Moradores de Taguatinga relatam relação afetiva com as praças

Em meio à agitação da cidade grande, esses espaços são ponto de encontro dos taguatinguenses, além de oferecer um bom comércio

Jean Rafael e os filhos:
Jean Rafael e os filhos: "A gente relaxa e se diverte" - (crédito: Fotos: Bruna Gaston CB/DA Press)

Em Taguatinga, as praças transcendem a definição de meras áreas públicas — elas se revelam como pontos de encontro vibrantes, refúgios para um respiro, em meio ao caos, e guardiãs de memórias preciosas. É justamente nesses recantos verdes, entre risos de crianças, conversas de idosos e o burburinho de novas histórias, que pulsa uma parte importante da alma da cidade.

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Na Praça do Bicalho, o professor de robótica Jean Rafael Souza Machado encontra no espaço arborizado uma extensão do lar. "A gente desafoga um pouco de estar em apartamento com os meninos", diz, enquanto observa Alice, de 7 anos, Miguel, 4, e o pequeno Samuel, 3 meses, brincarem. É ali que a rotina apertada dá lugar ao riso solto das crianças. "Mesmo que o parquinho precise de manutenção, o que tem nos ajuda muito. Dá para jogar bola com as crianças, andar de bicicleta, correr. Coisa de criança, sabe?", completa.

A praça também movimenta o comércio. Mateus Mota, gerente da farmácia Droga Senna há 10 anos, conhece bem o vaivém. "Tem muito senhorzinho que vem aqui desde o início da cidade. O pessoal é acolhedor, a gente tem laço com os clientes", conta. Aos domingos, a feira ao lado se transforma em um ritual comunitário.

Esse mesmo sentimento está na Praça do DI, onde a mineiridade dos queijos da Serra da Canastra ganha espaço com Ana Paula Coutinho, dona de um empório artesanal. Para ela, o lugar é mais que ponto de venda: é casa. "Eu amo Taguatinga. A praça teve muitos eventos culturais e merece voltar a tê-los. O espaço é ótimo e tudo isso faz falta", relembra com carinho. A comerciante sonha com uma gestão mais presente, que enxergue nas praças não só a beleza, mas o potencial cultural e econômico. "A cultura movimenta o comércio. E quem mora aqui dá muito valor a isso."

Mesmo para os que não frequentam diariamente, como a veterinária Giovana Barcelos, a Praça do DI representa um respiro. "Quando venho aqui, sei que não é só comércio. Tem um espaço para dar uma pausa, desconectar um pouco", conta, enquanto ava pelo local, irando as árvores. Ela elogia a presença de mesas para xadrez, academia ao ar livre e a natureza. "Isso torna a cidade mais aconchegante. É um lugar bonito, e espero que cresça cada vez mais".

  •  27/05/2025 Bruna Gaston CB/DA Press. Aniversário de Taguatinga. Praça do CineRex
    27/05/2025 Bruna Gaston CB/DA Press. Aniversário de Taguatinga. Praça do CineRex Bruna Gaston CB/DA Press
  •  27/05/2025 Bruna Gaston CB/DA Press. Aniversário de Taguatinga. Praça do DI
    27/05/2025 Bruna Gaston CB/DA Press. Aniversário de Taguatinga. Praça do DI Bruna Gaston CB/DA Press
  •  Paula Coutinho:
    Paula Coutinho: "Saudade dos eventos na Praça do DI" Bruna Gaston CB/DA Press
  •  26/05/2025 Bruna Gaston CB/DA Press. Aniversário de Taguatinga. Praça do Bicalho. Mateus Motta
    26/05/2025 Bruna Gaston CB/DA Press. Aniversário de Taguatinga. Praça do Bicalho. Mateus Motta Bruna Gaston CB/DA Press
  •  26/05/2025 Bruna Gaston CB/DA Press. Aniversário deTaguatinga. Praça do Bicalho, Maria Clara Pereira Dias e mãe Rejane Pereira
    26/05/2025 Bruna Gaston CB/DA Press. Aniversário deTaguatinga. Praça do Bicalho, Maria Clara Pereira Dias e mãe Rejane Pereira Bruna Gaston CB/DA Press

A poucos quilômetros dali, a Praça do Cine Rex, Taguatinga Sul, também carrega consigo o charme de uma memória antiga e o dinamismo da vida cotidiana. Dona Cleusa Nunes, de 67 anos, aposentada, eia com suas cachorrinhas Mel e Nina entre as árvores e os feirantes. "É ótima. Falta manutenção, mas tem espaço, tem vida. A gente relaxa, convive. Os vizinhos são maravilhosos." Ela lembra que, além da feira, viu até filmagens sendo feitas por ali. "É um espaço de convivência bem interessante".

Para Elder Miranda, um dos donos do Supermercado Ideal e morador da cidade há 47 anos, a praça acompanhou a evolução do bairro. "Quando cheguei, o cinema que tinha aqui — o qual dá nome à praça — ainda funcionou por alguns anos. Até vi um filme nele uma vez", lembra. Com olhar experiente, ele aponta o que poderia melhorar, mas guarda, sobretudo, gratidão: "Eu aprendi a gostar de Taguatinga. Hoje, tenho essa cidade no coração", se emociona.

 

 

postado em 05/06/2025 05:16
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