
Aos olhos do público, ele é sinônimo de carisma, talento e autenticidade. Seus vídeos divertidos, seus covers de forró e sua presença marcante conquistaram marcas e multidões. Mas, quando as luzes do celular se apagam, sobra um silêncio difícil de ar. Aos 19 anos, Dougllas Fernanddo — conhecido como Odoguiinha — enfrenta um vazio que a fama não preenche: a ausência de conexões afetivas verdadeiras.
“Tenho milhões de seguidores, mas às vezes me sinto emocionalmente descartável”, confessa. Para ele, a fama digital trouxe visibilidade e sucesso, mas também escancarou a superficialidade com que muitos enxergam influenciadores. “As pessoas me querem no feed, mas não na vida delas. É como se eu só servisse pra entreter, não pra ser amado”, diz, com a franqueza de quem cansou de sorrir por obrigação.
A fala de Odoguiinha ecoa entre muitos criadores que vivem a mesma contradição: enquanto o engajamento sobe, a sensação de isolamento também cresce. No centro desse dilema está uma pergunta incômoda que ele mesmo lançou nas redes: *“Por que meu corpo pode entreter, mas não pode ser amado?”*
Não é a primeira vez que o artista levanta questões sobre os preconceitos que enfrenta. Em fevereiro deste ano, ele foi vítima de gordofobia em uma academia — um episódio que, além de doloroso, se tornou um marco na sua luta por respeito e representatividade. “Não foi só uma ofensa. Foi uma tentativa de me apagar, de me dizer que meu corpo não era bem-vindo naquele lugar”, relembra.
Apesar das dores, Odoguiinha segue firme, transformando experiências difíceis em força e consciência social. Sua trajetória vai além dos vídeos virais: ela é feita de resistência, autoaceitação e coragem para expor vulnerabilidades em um mundo que exige performance constante.
“Por trás da câmera existe uma pessoa real. E essa pessoa também quer ser amada, respeitada, vista de verdade”, finaliza.