
Madrinha do samba, Beth Carvalho é a homenageada da sexta edição do Sambabook, multiplataforma que celebra a história do ritmo por meio do resgate e da perpetuação da obra de alguns dos principais sambistas brasileiros. Em Brasília, o projeto se materializa em cima dos palcos neste sábado (7/6) — Lu Carvalho, sobrinha da artista, Banda da Madrinha, que dividiu o palco com a carioca, e a dupla Prettos, apadrinhada pela cantora, apresentam releituras de sucessos que se tornaram conhecidos na voz da intérprete a partir das 21h, no Ulysses Guimarães.
“Fui filha única da Beth durante 12 anos”, brinca Lu Carvalho, nascida pouco mais de 10 anos antes da prima Luana Carvalho. “Como tia, ela era maravilhosa”, conta a artista. “Desde criança, ela me levava para a pracinha, para a praia e para o samba. Carregar o nome dela, e toda essa história, é a maior honra da minha vida”, declara a cantora.
Para Lu, toda roda de samba é, de certa forma, uma homenagem à tia. “A impressão que dá é que ela gravou todas as músicas que podia”, ri a cantora. Jorge Aragão, Fundo de Quintal, Arlindo Cruz, Dudu Nobre e Zeca Pagodinho são alguns exemplos de artistas que tiveram carreiras impactadas por Beth. “Ela sempre trouxe os compositores para os holofotes. Hoje, todo mundo sabe quem compôs Coisinha do pai, Vou festejar ou qualquer música que ela cantou. Ela sempre fazia questão de dizer quem eram os compositores, porque eles são o nosso samba”, garante.
“Um dos principais aprendizados que Beth Carvalho deixou foi ser super profissional e viver a música intensamente — no nosso caso, o samba", destaca o cavaquinista Alceu Maia, integrante da Banda da Madrinha. “Ela incentivava a gente a ir em todas as rodas de samba, e ela também ia. Era por lá que ela garimpava compositores”, revela o músico.
Sobrinho do então marido de Beth, Alceu conheceu a sambista enquanto se apresentava em uma festa da família. O talento dele chamou a atenção da cantora, que o convidou para se juntar a ela na estrada. “A Beth foi muito importante para todos os músicos que tocaram com ela, independente da fase em que ela estava. No meu caso, particularmente, ela é o motivo pelo qual eu estou até hoje atuando na música. Ela acreditou em mim”, frisa.
Para além dos palcos, o hoje produtor musical era responsável por acompanhar Beth nas longas jornadas em busca da próxima faixa de sucesso. “Eu me lembro de ficar na casa dela das 20h às 5h só ouvindo música. Eu sei que muitos artistas não têm esse interesse, deixam esse trabalho para o produtor. Mas a Beth recebia milhões de fitas e fazia questão de ouvir todas”, exalta o cavaquinista.
Parte do extenso rol de apadrinhados pela carioca, a dupla Prettos descreve como “uma bênção ancestral” a honra de poder chamar Beth de madrinha musical. “Ela não era só uma artista genial, era uma visionária e uma ponte viva entre gerações. Ser considerado afilhado musical dela é carregar o legado e a missão de manter o samba vivo, pulsante e conectado com o povo. A responsabilidade é grande, mas o orgulho é ainda maior”, celebram os irmãos Magnu Sousá e Maurílio de Oliveira.
Serviço
Sambabook Beth Carvalho
Neste sábado (7/6), às 21h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães
Ingressos podem ser adquiridos por meio da plataforma digital Furando a Fila, a partir de R$ 14,50 (meia-entrada)