RECIFE

Jandira Feghali lança livro e critica avanço conservador no Congresso

Obra reflete sobre o papel estratégico da cultura e denuncia os impactos da guerra cultural promovida pela extrema-direita

Discussão e votação de propostas. Dep. Jandira Feghali (PCdoB - RJ)

 -  (crédito: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)
Discussão e votação de propostas. Dep. Jandira Feghali (PCdoB - RJ) - (crédito: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

Nesta quinta-feira (5/6), Recife recebe o lançamento do primeiro livro da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), intitulado “Cultura é Poder”. O evento acontece às 19h, na Livraria do Jardim, no bairro da Boa Vista, e marca não apenas uma estreia literária, mas também um chamado à reflexão sobre o papel da cultura como motor de transformação social e política no Brasil.

A obra de 204 páginas propõe uma leitura crítica sobre a cultura brasileira, tratando-a como eixo estratégico para o desenvolvimento econômico, a construção da cidadania e a superação de desigualdades históricas. Para Feghali — que une sua atuação parlamentar à experiência como musicista e gestora cultural —, a cultura deve ser compreendida para além do entretenimento: ela é resistência, identidade e ferramenta de mudança.

Em entrevista ao Jornal do Commercio, a deputada destacou que o livro surge em um momento desafiador para o país, especialmente no campo político. “Estamos diante de um Congresso majoritariamente conservador, com uma extrema-direita que faz política baseada na mentira, nas redes sociais e, muitas vezes, cometendo crimes. Ainda assim, o governo tem avançado”, afirmou.

 

A parlamentar ressalta que o governo Lula tem acumulado conquistas importantes, sobretudo na recuperação de indicadores sociais, como emprego, renda e combate à fome. No entanto, a articulação com o Legislativo continua sendo um dos maiores entraves para a consolidação de políticas públicas estruturantes, entre elas, as voltadas para o setor cultural.

No livro, Jandira analisa como a cultura tem sido alvo de ataques sistemáticos da extrema-direita e discute a chamada “guerra cultural” em curso no país. Ela também aborda temas como o racismo estrutural, a valorização da diversidade e a disputa simbólica pelos imaginários sociais no Brasil.

Ao longo da obra, Feghali constrói um discurso contra-hegemônico que situa a produção cultural como fruto de séculos de resistência da colonização à escravidão, ando pelas desigualdades que marcam a sociedade brasileira até hoje.

O lançamento em Recife é parte de uma agenda nacional que pretende ampliar o debate sobre a importância da cultura como campo de disputa política e instrumento de construção democrática. Para a deputada, “valorizar a cultura é fortalecer o Brasil real — aquele que pulsa nas periferias, nos terreiros, nos palcos, nas ruas e nas ideias”.

postado em 05/06/2025 14:00
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